Considerado o livro mais autobiográfico da autora francesa Marguerite Duras, O Amante foi lançado em 1984 e no mesmo ano conquistou o maior prêmio literário da França (Concourt) e consagrou a escritora.
O livro ambientado em Sa Dec, na Indochina Francesa em 1930, conta a história de uma jovem de 15 anos de origem francesa considerada fora dos padrões, principalmente para o Oriente. Culta, rebelde e inteligente, a adolescente tem uma aparência andrógina. Logo no começo do livro ela inicia um improvável romance com um homem oriental 30 anos mais velho, vindo de uma família abastada da região.
Ele fica loucamente apaixonado e ela, loucamente envolvida. O casal, então, dá início a um relacionamento tumultuado. Partindo dessa premissa desigual, na qual o sexo é levado às últimas consequências, mesmo se tratando de uma menor de idade vivendo sua primeira relação. O preconceito e a diferença cultural e social de ambos os lados complicam a situação dos amantes.
Nitidamente, ela tem o controle da relação. Não é à toa que o personagem masculino é frágil e extremamente devotado à família. É tratado no romance apenas por “ele” e, numa sequencia particularmente cruel, aceita até pagar para fazer sexo com a amada, que se negava por se mostrar interessada por uma personagem de nome Hélène .
O final é belíssimo e foge do drama melancólico do romance, que usa alternadamente a narrativa na primeira e na terceira pessoa. Esse recurso permite o resgate de recordações antigas e fragmenta o texto. Com isso, o leitor é brindado com uma uma linguagem cinematográfica – não por acaso, O Amante virou filme em 1993.
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